Arrivederci Veneza, goodbye, Paris, au revoir...

Fachada do Palazzetto Dello Sport
50ª Bienal de Veneza
Dez dias antes de o verão chegar dia 21 na Europa, o calor em Veneza era insuportável. Sob os toldos de plástico ou de lona dos restaurantes à beira do Canal Grande, a temperatura média era de 32 graus à sombra.
Nunca vi Veneza tão quente. Nem tão cheia. Gente, muita gente. Gente que não acabava mais. Em todos os lugares. Nos Giardini, mais de mil jornalistas visitavam os pavilhões da 50ª Bienal Internacional. Nos três dias, 11, 12 e 13, dedicados à imprensa, antes da abertura oficial dia 14, o público teve acesso à Bienal pagando ingresso.
Dos vaporettos lotados, nesses quatro dias, desembarcaram no Arsenale e nos Giardini milhares de visitantes. Um monte de gente, colorido, álacre.
E o sol, escaldante. Castigava. Debaixo das árvores, nos bancos, na grama, as pessoas se deixavam ficar, curtindo a sombra, matando a sede. Providenciais garrafinhas de água San Benedetto. A minha era frizzante. Com gás.
No bar junto ao pavilhão da Itália o serviço era péssimo e por volta das 17 horas, os donos irritados simplesmente não serviam mais.
Está na hora da administração da Bienal italiana descer do salto alto e vir tomar umas lições de administração aqui na Bienal de São Paulo.
É inacreditável, mas é verdade. Para os milhares de visitantes, a Bienal italiana dispunha apenas de 3 (três) vasos sanitários. Um deles sem condição de uso. É claro que o ministro da cultura que inaugurou a bienal não tomou conhecimento de nada disso.
Além disso, abandonado à sua triste sorte, o toalete logo ficou pior do que os de estádio de futebol em dia de jogo do Corinthians com o Palmeiras.
Privadas à parte, visitei os pavilhões da Itália, Alemanha, Rússia, Dinamarca, França. Estados Unidos, Bélgica, Japão. Grã-Bretanha e, claro, do Brasil. Vi também o Arsenale. Caminhada longa, demorada, nem sempre gratificante. Escreverei sobre o que vi em próximo artigo.
Deixei Veneza no fim da tarde de 16. Segui para Paris. Permaneci na cidade até 22 à noite. De tudo que vi, o que mais me impressionou foi uma exposição de desenhos de Leonardo da Vinci. Não sei por que chamada pelos franceses de Leonardo de Vinci.
Sobre a exposição, 132 desenhos, falarei depois. Agora estou chegando. Desembarquei hoje em Guarulhos, às 5 da madrugada. A temperatura era de 12 graus. Havia nevoeiro mas o aeroporto estava aberto. Do calor francês para o frio paulistano foi um pulo de 10 mil quilômetros. Longa foi a espera pela minha mala. 40 minutos.
Novidade foi o formulário do Ministério da Saúde. É bom saber que o governo de Lula não deixou a peteca cair. Encarou a gripe asiática como gente grande. Preenchi o formulário informando que estou bem, graças a Deus. Queimado de sol. Saudável. Com dois quilos a menos.
E a vida continua. De vento em popa.
Sobre arte, artistas, etc e tal, falarei em próximos textos. Aguardem!
Carlos von Schmidt
23/6/03 17 horas