Irving Penn

O The New York Times de quinta-feira passada, 8 de outubro, dedicou ao fotógrafo de moda Irving Penn artigo de sete laudas. Penn morreu no dia anterior em sua casa em Manhattam.Tinha 92 anos.

Já escrevi que não me agrada fazer necrológios. Procurarei não fazê-lo. Vou escrever sobre Penn pensando nele vivo fotografando moda para Vogue sob a direção de Alexander Liberman, que tive o prazer de conhecer no Metropolitan nos anos 80, montando uma exposição de arte contemporânea.

Diretor de arte, fotógrafo, designer e escritor, Liberman conheceu Penn em 1941. Cinqüenta anos depois, em 1991, na introdução do livro de fotografias de Penn, “Passage”, Liberman escreveu: ”Ele era um jovem americano que parecia não ter sido afetado pelos maneirismos ou cultura européia. Lembro-me que calçava tênis e não usava gravata. Surpreendeu-me sua retidão de caráter, um curioso desapego às coisas mundanas, clareza de objetivo e liberdade para tomar decisões. O que chamei de instinto americano de Penn o conduziu aos princípios básicos, essenciais”.

Lembrarei de Penn fografando cholas peruanas em Cuzco ou pontas de cigarro, lixo. Ou Picasso! Foto genial de um gênio. Penso nessas fotos e em outras. As de personagens famosos ou não, fotografados entre duas paredes em ângulo agudo. E, tendo um estalo à Vieira acho melhor publicar as fotos do que escrever sobre. É o que vou fazer. Mas para encerrar citarei um pequeno trecho que John Szarkowski, diretor de fotografia do MoMa escreveu no catálogo da retrospectiva de Penn em 1984:” A graça, a engenhosidade, a inventividade de seu estilo, a vivíssima e surpreendente elegância de sua linha, sua sensibilidade com relação ao tema, os humores idiossincráticos da luz fazem das fotos de Penn, mesmo as mais simples, um prazer para os olhos”.
São Paulo 10 10 09 13H24
Carlos von Schmidt