Líderes mundiais e mais de um milhão nas ruas de Paris, sem nenhum tumulto!

A população reunida na Praça da República, em Paris - Peter Dejong - AP

Honroso ato em prol da liberdade de expressão foi encabeçado pelo Presidente da República da França, François Hollande e pela chanceler alemã Angela Merkel. Segundo informações do jornal LE MONDE e O GLOBO, mais de um milhão de pessoas foram às ruas de Paris em homenagem às vítimas dos ataques no CHARLIE HEBDO e contra o terrorismo praticado.

Nenhum evento paralelo de vandalismo foi detectado pelas ruas, assim como não houve ninguém que violasse o direito do outro de fazer uma passeata pelo que acredita. Alguns foram pela barbárie dos assassinatos, outros pelo horror que causa o terrorismo, muito pelos dois motivos.

Ali ao lado, na madrugada deste domingo, em Berlim, o jornal “Hamburger Morgenpost” foi incendiado por ter republicado alguns dos desenhos dos cartunistas mortos por eles mesmos dois dias antes.

É uma perseguição sem fim de alguns fanáticos religiosos que não percebem que imagens de seus deuses ou líderes ou seja lá como os chamam, é somente uma imagem. Ninguém saiu machucado por ter um desenho feito de seu rosto ou gesto. O extremismo absurdo de punir com a morte aos jornalistas ou artistas que geram arte sobre pessoas importantes ou públicas, sejam políticos, religiosos, milionários, celebridades e outros, é uma demonstração de irracionalidade, visto que o ato de reprodução livre de pessoas famosas é um ato comum no meio do jornalismo.

É sabido que nem todo Muçulmano é terrorista, mas após um atentado terrorista nos é difícil separar racionalmente esta questão político-religiosa.

Uma pena que brasileiros que fazem protesto sobre um aumento de R$ 0,50 na tarifa de ônibus (acho justo, também ando de ônibus) não consigam apenas fazer seu manifesto, sem depredações, saques e desrespeito ao próximo.

O povo do Brasil tem muito que aprender com o velho mundo. Respeito, tolerância, elegância, educação, dignidade, união, sofrimento mútuo e sensibilidade. Saber que o momento é de indignação, não de mais violência, como ocorre em passeatas pelo Brasil afora.

Que esta manhã de domingo 11 de janeiro de 2015 possa mostrar ao mundo que a Praça da República, em qualquer país do mundo, é o início de qualquer manifestação pelos direitos do povo, do mundo, dos humanos.

RIP

Nous sommes tous Charlie! 

Sonia Skroski - 11 janeiro 2015