Recuperadas telas roubadas

Quatro pinturas roubadas em 2007 do Musée des Beaux Arts Jules Chéret de Nice, foram recuperadas. Foi em um domingo, 5 de agosto de 2007, que cinco homens mascarados e encapuzados, usando macacões, armas na mão, por volta das treze horas, invadiram o museu. Sem a menor dificuldade dominaram os guardas e alguns visitantes.
Rapidamente retiraram das paredes quatro telas: Falaise près de Dieppe de Monet, Allée de peuplers de Sisley e Allegorie de la Terre e Allegorie de L’eau de Jan Breugel. Avaliadas em 22 milhões de euros. Em reais, 5,676 milhões.
Não é a primeira vez que as pinturas de Monet e de Sisley são roubadas. Em 1978 a tela de Sisley, exposta em Marseille, foi roubada. Foi encontrada uma semana depois no subterrâneo do esgoto da cidade. Em 21 setembro de 1998, de novo a tela de Sisley e a de Monet foram roubadas. O diretor do museu de Nice, Jean Fournéris foi seqüestrado de manhã em sua casa. Os ladrões o obrigaram a abrir as portas e a entregar as duas pinturas. Tudo teria dado certo se Fournéris, ao prestar declarações a polícia, não caísse em contradição. Caiu! Era o mentor intelectual do crime. As duas pinturas foram encontradas em um barco de um dos dois cúmplices, em Saint-Lauren-du-Var. Em junho de 2002 Fournéris foi condenado a cinco anos de prisão.

Roubadas pela terceira vez, as pinturas de Monet e Sisley e as de Breugel não encontraram compradores na França. Há seis meses o FBI informou o Office central de lutte contre le trafic de biens culturels da França, OCBC, que membros da quadrilha responsáveis pelo roubo estavam em New York à procura de compradores. A OCBC indentificou-os. Prendê-los de imediato poderia por em risco as pinturas. Decidiu-se dar corda a quadrilha. Escuta telefônica e vigilância foram mantidas 24 horas. Na América e na França. Até o momento em que os ladrões, com as pinturas, foram presos na Corniche de Marseille, em três carros, quarta-feira, quatro de junho, no horário de pico, por volta de meio dia, por 70 policiais das brigadas anti-gang de Nice e de Marseille.
A ação rápida impediu que os ladrões utilizassem suas armas automáticas e granadas. Todos profissionais e ex-presidiários, com vários assaltos a bancos, são responsáveis por um dos mais espetaculares roubo de arte. A cadeia os espera.
São Paulo 7 de junho 2008
Carlos von Schmidt